terça-feira, 11 de maio de 2010

A viola abençoada de Almir Sater



"Se o que eles estão fazendo é música sertaneja eu faço Rock and Roll" disse Almir Eduardo Melke Sater. O nosso mestre da viola nasceu em Campo Grande, MS, no dia 14 de novembro de 1956. Desde os 12 anos tocava violão. Com 20 anos, saiu da cidade natal e foi estudar direito no Rio de Janeiro. Pouco habituado com a vida da cidade grande, passava horas sozinho, tocando violão. Um dia, no largo do Machado, encantou-se com o som de uma viola tocada por uma dupla mineira. Desistiu da carreira de advogado e logo descobriu Tião Carreiro, violeiro que foi seu mestre.
Voltou para Campo Grande e formou com um amigo a dupla Lupe e Lampião, em que era o Lupe. Em 1979 resolveu tentar a sorte em São Paulo SP, onde conheceu a conterrânea Tetê Espíndola, na época líder do grupo Lírio Selvagem. Fez alguns shows com o grupo, depois passou a acompanhar a cantora Diana Pequeno. Mais tarde, com o projeto Vozes & Violão, apresentou-se em teatros paulistanos, mostrando suas composições. Convidado pela gravadora Continental, gravou seu primeiro disco, Almir Sater, em 1981, álbum que contou com a participação de Tião Carreiro. Seu segundo disco, Doma (1982, RGE), marcou seu encontro com o parceiro Paulo Simões. Em 1984 formou a Comitiva Esperança, que durante três meses percorreu mais de mil quilômetros da região do Pantanal, pesquisando os costumes e a musica do povo mato-grossense. O trabalho teve como resultados um filme de média-metragem, lançado em 1985, e o elogiado Almir Sater instrumental (1985, Som da Gente), que misturava gêneros regionais - cururus, maxixes, chamamés, arrasta-pés - com sonoridades urbanas, num trabalho eclético e inovador. Em 1986 lançou Cria, pela gravadora 3M, inaugurando parceria com Renato Teixeira, com quem compôs, entre outras, Trem de lata e Missões naturais. Em 1989 abriu o Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, depois viajou para Nashville, nos EUA, onde gravou o disco Rasta bonito (1989, Continental), encontro da viola caipira com o banjo norte-americano.
Convidado para trabalhar na novela Pantanal, da TV Manchete, projetou-se nacionalmente no papel de Trindade, enquanto composições suas como Comitiva Esperança (cantada em dupla com Sérgio Reis) e Um Violeiro Toca (gravada por Renato Teixeira) estouravam nas paradas de sucesso. Em 1990-1991 participou da novela A historia de Ana Raio e Zé Trovão, também da TV Manchete, mas em seguida se afastou da televisão, pois as gravações não lhe deixavam tempo para a música. Gravou ainda Instrumental II (1990, Eldorado), Almir Sater ao vivo (1992, Sony), Terra dos sonhos (1994, Velas) e Caminhos me levem (1997, Som Livre), além de diversas coletâneas. Voltou a TV em 1996, obtendo grande êxito como o Pirilampo da novela O Rei do Gado, da TV Globo. Já em 2006 gravou o cd "7 Sinais", onde apresentou um trabalho moderno e símbolo de sua personalidade, que fez parte da trilha sonora da Novela "Bicho do Mato", da rede Record de televisão, onde também trabalhou como ator, no papel de Mariano.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lambrusco Bola e A Nova Ordem do Blue Grass Descontraído Brasileiro

Lambrusco Bola faz estrondo com um pouco de música Infantil, vinda de um coração venéfico, ao som do banjo e uns fraseados na gaita rebolando na percussão de um impávido ralador de queijo. Isso não é pouco. É uma ascensão de quem quer bancar as expectativas dos dedicados cowboys garimpeiros babados. Daí, o cara canta: “Não devia correr desse jeito. Te peço perdão por não ter nem noção. Mas saiba motivo eu tive . Até minha Zorba taquei, ela, fora . Anterior uma noite exagero na gula . Feijoada “foi quase dois porco” . Pensava seria uma bufa, um silêncio . Eu freei corri nem pensei”.
Lambrusco rodava por aí como muita gente que acha que vai ser descoberta quando viu Thaysa. Desde a primeira troca de idéia o assunto já foi música numa conjuntura de beijos na boca e um namoro marcado. Depois disso, canções rolaram sem parar. Imaginem um Hillbilly em metamorfose, gravando na loja em que trabalha, tirando um Train Feel nas teclas da calculadora do patrão, raspando um beat no aspiral do caderninho velho, sem ter que amargar sua solidão num Sertanejo Universitário? Não? E um caipirão que gosta de Curtis Eller, Bode Jepeth, Rock Rocket, Garotos Podres, Os Pedrero e tem nas veias um romantismo não muito convencional? É o Lambrusco.
Com reverência e sem ajuda de custo, porque Hillbilly de verdade não gasta nada, o bom rapaz conquistou o amor da admirável Thaysa, cantando: “Acho que já aconteceu com todo mundo .
Aquela menina que conheceu agorinha . Rola aquele clima legal . Mas naquele dia você bateu aquele repolho envenenado . FLATO AMOR . Vou te dizer que nunca fui eu mesmo . Vou te dizer eu sempre faço mesmo . Faço, pois na sua frente eu segurei .
Cara de paixão eu disfarcei...
E ele aproveita pra se divertir. Nós também!
www.tramavirtual.com.br/lambrusco_bola

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pra contar a história de quem fez country no Brasil


Obrigado amigos do Blog Canto Rural pelo convite. É uma honra poder participar. Agora , com o som da rádio soando por todo a Zona da Mata mineira, misturando-se com a cantoria dos sabiás, cheguei depois de comer milho na brasa, não carregando preconceitos, mas sim muitos causos de esperanças de quem lutou durante anos num braço da guitarra , num roçado de pasto ou na dura lida de um músico aventureiro. É, dona Tidinha... Acabou a prosa desse povoado que conta o que não viu, achando que foi tudo alí do lado. Acabou! O nosso country tem bem o seu lado 'caipira pira pora' e neste blogão aprumado não te deixarei perdida em pensamentos sobre mulas do passado...
Juro pela minha jaqueta de 1995!